terça-feira, 20 de setembro de 2011

Voz que se cala






Amo as pedra, os astros e o luar que beija as ervas do atalho escuro.
Amo as águas de anil e o doce olhar dos animais, divinamente puro.
Amo a hera, que entende a voz do muro e dos sapos, o brando tilintar de cristais
Que se afagam devagar, e da minha charneca o rosto duro.

Amo todos os sonhos que se calam.
De corações que sentem e não falam, tudo o que é infinito e pequenino!
Asa que nos protege a todos nós!
Soluço imenso, eterno, que é a voz do nosso grande e mísero destino!



                                                                  Florbela Espanca




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