domingo, 6 de novembro de 2011

Eu e a Lua




Hoje eu vou falar de lembranças, alegrias e saudade...
Falar da minha infância, da minha adolescência até o dia que me casei.
Falar sobre os dias de sol, dias de chuva e falar da minha amiga lua!...

Assim começa a minha história...


Era uma rua tranqüila num bairro tranqüilo, que eu morava.
Eu lembro quando criança eu e minhas amigas, e a meninada da nossa rua nos sábados e domingos pela manhã, o sol iluminando a rua saiamos correndo todos alegres atrás das borboletas, ou pulávamos corda ou brincávamos de amarelinha.
Sábado e domingo era os dias que mais gostávamos, porque não tinha que ir a escola.
Era o nosso dia de folga, podíamos brincar a vontade.

Lembro também que na frente da minha casa perto do portão do lado esquerdo tinha uma mangueira, eu lembro que era manga espada, e do lado direito um pé de goiabeira,
a goiaba era branca.


Essas árvores dava uma sombra que cobria todo o muro da minha casa, as crianças adoravam, porque iam brincar em baixo dessa sombra.
Lembro também que nas noites estreladas e de lua, brincávamos de passar o anel, de chicotinho queimado ou contar histórias, sentadas na calçada na frente da nossa casa...
E lá estava ela, a lua, nos observando!...

Duas vezes na semana íamos as três horas da tarde ao catecismo, era um grupinho de cinco ou seis crianças, íamos todos  contentes, na volta  passávamos por um carrinho de pipoca ou as vezes entravamos na padaria para comprar um sonho que adorávamos comer, porque era uma delicia esse sonho.
Ou quando chovia, pescávamos rãs no brejo que tinha perto da igreja onde estudávamos o catecismo.

Lembro dos dias de chuva quando voltávamos da escola, a gente vinha na chuva,  brincando de quem chegar em casa por ultimo, era mulher do padre, ai saímos correndo.
Outras vezes ficávamos embaixo de uma amendoeira, carregada de amêndoas bem rochinhas e doce, chegávamos em casa eu e a minha irmã com a blusa da escola toda manchada de amêndoas.

A nossa escola ficava no final da nossa rua, essa rua era comprida, e não tinha movimento de carros, os carros a maioria deles era dos moradores dessa rua, os ônibus passavam no final da nossa rua.
Nos dias de chuva, ficávamos presas dentro de casa e na hora do lanche tinha bolinho de chuva, e sempre tinha duas ou três colegas para brincar de professora, então a tarde passava rápida demais!

O tempo foi passando me tornei uma adolescente,e as mesmas coleguinhas também, algumas delas  mudaram para longe.
A nossa distração passou a ser o matinê dos domingos, íamos ver o Homem morcego, zorro, Elvis Presley, Mazzaropi e outros mais!!!

E o tempo foi passando...
Eu já estava com dezoito anos, e a nossa vida foi mudando, estudo pela manhã, as distrações passou a ser cinema, bailes ou ir passear na praça da igrejinha do nosso bairro.
Essa igrejinha nos íamos assistir a missa aos domingos, pela manhã.
Essa é a mesma igrejinha da minha infância, a igrejinha do meu bairro.

Na praça passeávamos aos domingos a noitinha.
Era nessa praça que os rapazes e as moças, iam namorar.
Uns ficavam sentados nos bancos, outros ficavam passeando na praça flertando, era divertido, a praça era grande e todos ali eram felizes, aquela moçada era feliz...

Algumas dessas moças casaram com alguns daqueles rapazes.
Um dia passeando na praça, conheci um rapaz, até hoje eu lembro desse rapaz, nunca esqueci as aventuras que fazíamos juntos, eu a minha irmã e ele.

Quando chovia pegávamos o ônibus nessa praça, íamos até o centro de Caxias para ficarmos mais um pouco juntos, e eu e a minha irmã descíamos na frente da nossa casa.
Isso era uma desculpa para ficarmos um pouco mais juntos, e eu não sujasse os pés, porque as vezes eu estava de sandálias e as ruas ainda não eram asfaltadas.
Mais tudo isso era pretexto, porque a gente se divertia muito.

Lembro quando fomos no cinema pela primeira vez, o nome do filme era ( Dio Come Ti Amo) estava eu a minha irmã e ele, sempre estávamos os três juntos, depois a minha irmã nos deixava sozinhos e ia conversar com as amigas dela.
Quando voltávamos do cinema, ficávamos passeando na praça, e lá estava a lua,
Nos acompanhando...

Por uma bobagem nos afastamos um do outro, mas tenho boas recordações dessa época que me deixou saudades!
Naquele tempo fiquei triste quando nos afastamos, e eu sei que ele também.
Eu acho que naquela época não sabíamos namorar.

A vida continuou, passei a freqüentar mais os clubes no centro de Caxias.
Os bailes não passavam de meia noite, eu e a minha irmã íamos sempre dormi na casa da minhas primas, todas as vezes que íamos ao clube, outras vezes íamos com as minhas colegas, e com a mãe de uma delas que ia fazer companhia,  para que não voltássemos sozinhas.

Eu lembro que a maioria das noites que íamos aos bailes, a noite estava linda, estrelada e a lua clareava as ruas...
Por onde a gente ia passando, as ruas estavam iluminadas pela luz do luar.
Eu lembro que quando já estávamos próximas de casa, tirávamos os sapatos, e íamos caminhando devagar para não machucar os pés nas pedrinhas da rua.
Ia cada uma contando o que tinha acontecido no baile, lá ia aquela turminha feliz da vida dando boas gargalhadas, lembrando das novidades que tinha acontecido naquela noite...

E quem estava lá nos seguindo?
A lua nos acompanhando, por aquelas ruas...

Achávamos a noite tão bonita que cantávamos (tomo banho de lua da Cely Campelo).
Desde criança sou apaixonada pela lua, lembro da minha mãe me ensinando uma musica assim, (abençoa dindinha me dá pão com farinha).

Continuando as minhas lembranças, quando chegávamos na nossa rua cada uma ia abrindo o portão da sua casa e dando um boa noite e um até amanhã, se Deus quiser.
E as nossas mães dentro de casa já estavam esperando por nós, ansiosas.
Eu ainda lembro do meu quarto, era de frente para a rua, e na frente o muro era alto, dormia eu e as minhas irmãs.

E pela vidraça da janela do nosso quarto, entrava a luz do luar clareando o nosso quarto, iluminando as nossas camas.
Eu sabia que a minha amiga lua estava lá, clareando o céu, clareando a rua!...

Até hoje eu sinto saudades do meu bairro, da minha rua, dos dia de sol, dos dias de chuva, das noites de lua quando voltávamos dos bailes, das conversas na varanda  a noite vendo a lua, saudade das pessoas que conheci, da praça, da igrejinha, da minha rua e  do meu bairro...

O tempo mais uma vez passou...
Mudei para uma outra rua no mesmo bairro.
Minhas irmãs, três já tinham casado,só ficou eu e mais duas irmãs.
Eu estava com vinte anos, trabalhei numa loja, tempos depois,
Resolvi que ia ser a professora da minha rua!...

Tinha um quarto separado da minha casa todo de madeira,
Ele ficava no canto do muro do nosso quintal que era grande, tinha uma
Árvore, e embaixo dessa árvore tinha um poço que tinha uma água clarinha, no
Verão a gente bebia dessa água que era uma delicia, eu fiz um jardim de flores
Vermelhas, e esse jardim eu regava com a água desse poço.

Eu adorava essa casa, porque ela tinha varanda.
Eu podia ver o céu, ver a lua!...

Passei a dar aulas, comecei com três alunos, filhos dos meus vizinhos que gostavam
Muito de mim.
Três meses depois, eu já estava com vinte e um alunos, eu ensinava o ABC.
Essas crianças gostavam tanto de mim, que aprendiam rápido.

Quando chegava no final do ano a maior parte iam para  a escola do bairro,
Sabendo ler, escrever o nome deles, fazendo contas, e números.
Iam embora tristes para outra escola, e outras crianças vinham para eu ensinar.
Eu gostava muito dessa casa, ela tinha uma varanda que ficava de frente para
A rua, era uma casa independente, tinha outras casas de um lado e do outro, a nossa casa ficava no meio, em frente passava o ônibus que nos levava para o centro de Caxias.

Continuei a passear na praça, ir a igrejinha, ir ao cinema no final de semana, aos bailes de vez em quando.
Vendo a minha amiga ( lua ) ela sempre presente na minha vida.
Presente nos meus passeios, presente na varanda  da minha casa, presente na minha vida...

Eu continuava morando na casa que tinha um quintal, onde eu ensinava os meus alunos.
Nas noites de verão eu e as minhas irmãs, sentávamos na varanda e contávamos as nossas aventuras, as vezes escutando ao longe a musica ( a ultima canção do Roberto Carlos) ou ( ciúme de você ) Antonio Marcos cantando ( menina de trança).
Em algumas dessas noites, lá estava ela a lua, a nos observar...

As vezes no final da semana, eu ia visitar a minha irmã e as minhas sobrinhas.
E foi numa dessas visitas, no dia 13-08 num domingo eu conheci o meu marido,
Eu estava com vinte anos quando eu o conheci, e era na praça do meu bairro que a gente
Se encontrava aos domingos, íamos ao cinema e a minha irmã sempre ao meu lado,
Algumas vezes tinha noite que chovia, e íamos a igrejinha da praça, assistir a missa,
E nas noites que não chovia, ficávamos na praça sentados ou passeando
E lá estava a lua nos acompanhando a onde quer que fossemos.
Quando eu conheci o meu marido foi amor a primeira vista.

Quatro anos depois, foi o último ano que lecionei, me despedi dos meus alunos
Que se despediram triste porque eu não ia mais dar aulas.
Um ano depois me casei, fui morar num outro bairro, na casa que eu fui morar, não dava para ver a lua, eu tinha que ir até o portão da casa, para poder ver a lua.

E eu sentia saudades do meu bairro da minha rua das minhas amigas, dos meus alunos
Das minhas irmãs, até daquela lua minha amiga, que eu achava tão linda!!!

Um ano depois mudei para uma outra casa, essa casa tinha uma varanda, e foi nessa varanda que eu ficava admirando a lua, criando pequenos versos...
Voltamos a nos encontrar, matamos a nossa saudade!

Nas noites estreladas de verão lá estava ela, se apresentando, toda prateada, iluminando
O meu jardim, toda a minha varanda, iluminando toda a minha cama.
Até hoje ela me acompanha, nunca me deixou...

Hoje moro em uma casa que tem varanda, continuo vendo a minha amiga lua, iluminando o meu jardim, o meu quintal, e durmo iluminada pela luz do luar!...


Mesmo assim, sinto saudade daquele tempo!
Eu acho que ela também sente saudade, das  travessuras que fazíamos juntas!..
Afinal éramos parceiras nas travessuras, ela adorava me ver feliz.
Vou contar a vocês, eu fui feliz do meu jeito...

Mesmo nas grandes dificuldades que as vezes aparecem em  nossas vidas, eu tive meus dias de sol e os meus dias de chuva...
E as minhas noites lindas de lua!...
Nesse momento mesmo que estou terminando essa história, estou vendo a minha amiga lua, clareando a varanda e o jardim da minha casa, esperando eu aparecer na varanda, para me dar o nosso boa noite....

Todo esse tempo da minha vida, a minha amiga sempre esteve me acompanhando, por caminhos, e lugares que muitos me deram alegrias e outros me deram saudades...
É claro que ela também, teve as suas fazes, as crescentes e as minguantes, teve seus dias
De sol e seus dias de chuva, foi por isso que nos demos tão bem.
Somos amigas para sempre...

E é para você minha amiga lua...
É para você que eu escrevi a nossa história!...


Maria Santos.
17-05-2011


quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Como é lindo o amanhecer


Meu Deus, meu Pai como é lindo o amanhecer!...
Olho para o céu e vejo a lua por cima das árvores do meu jardim,
E o céu com nuvens cor de rosa, mostra que o dia está clareando
As cinco e meia da manhã...

Olho para um dos quadros mais lindo que tu criaste, que é a natureza!...
Vejo as nuvens brancas e cor de rosa, escuto os pássaros cantando, e até,
Um sábia e um rouxinol que não param de cantar, no jasmineiro do meu jardim...

Vejo o sol surgindo lá no canto do céu, anunciando que um novo dia está nascendo...
Meu Deus, quantas pessoas neste mundo, não tem tempo de olhar o céu,
Te agradecer pelas maravilhas que o Senhor féis para nós.

Meu Deus, eu estou aqui contemplando esse lindo amanhecer,
O melhor presente que o Senhor nos deu, a vida e a natureza!...

O Senhor féis o céu, o sol, a lua e as estrelas, as nuvens, o arco Iris para enfeitar o céu.
Féis também o relâmpago e o trovão para nos repreender, nos chamar atenção,
Quando as vezes a humanidade passa dos limites.

Féis os animais selvagens das campinas, féis os pássaros do céu, os vaga lumes e as borboletas.
Féis os peixes e todo animal aquático do mar.

Colocou um céu com estrelas de vários tamanhos no fundo do mar...
O Senhor féis rios, vales e montanhas.
Meu Deus, meu Pai, o Senhor féis as cachoeiras, féis a chuva para regar toda a terra!

Féis as rosas e flores, e toda qualidade de plantas, nos deu o alimento, todo o grão que,
Brota da terra para a nossa sobrevivência.

Meu Deus, eu te agradeço por nos ter dado a vida, o dom de ver, ouvir, falar e pensar...
Eu te agradeço meu Deus, pela minha vida, a vida que tu me destes, faça de min o que tu queres que eu seja.
Obrigada por eu ser essa criatura simples e humilde, que o Senhor colocou aqui na terra.
Pois não me envergonho de ser assim.

Obrigada meu Deus, por esse maravilhoso amanhecer!...
Obrigada meu Pai por eu estar vendo esse céu, essa lua, essas nuvens, esses pássaros cantando, e o sol clareando lá no canto do céu.
Dando sinal que mais um dia está nascendo, e que são cinco e meia da manhã...

O brigada meu Deus...



Maria Santos
20-10-2011


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Bom, dia amigo sol


Bom dia, amigo sol! A casa é tua!
As bandas da janela abre e escancara,
Deixa que entre a manhã sonora e clara,
Que anda lá fora alegre pela rua!

Entre! Vem surpreendê-la quase nua,
Doura-lhe as formas de beleza rara...
Na intimidade em que a deixei, repara
Que a sua carne é branca como a lua!

Bom dia, amigo sol! É esse o meu ninho...
Q eu não repares no seu desalinho
Nem no ar cheio de sombras, de cansaços...

Entra! Só tu possuis esse direito,
De surpreendê-la, quente dos meus braços,
No aconchego feliz do nosso leito!...

                                                           

                                                        JG de Araujo Jorge

Eu amo essas poesias.
Elas estão nas minhas lembranças.



O VERBO AMAR



Te amei: era de longe que te olhava
E de longe me olhavas vagamente...
Ah, quanta coisa nesse tempo a gente sente,
Que a alma da gente faz escrava.

Te amava: como inquieto adolescente,
Tremendo ao te enlaçar, e te enlaçava
Adivinhando esse mistério ardente,
Do mundo, em cada beijo que te dava.

Te amo; e ao te amar assim vou conjugando
Os tempos todos desse amor, enquanto
Segue a vida, vivendo, e eu, vou te amando...

Te amar: é mais que em verbo é a minha lei,
E é por ti que o repito no meu canto:
Te amei, te amava, te amo e te amarei!



                                                                                 
                                                                                                  J.G DE ARAUJO JORGE


outono




O outono já chegou- aos arrufos do vento
As folhas num desmaio embalam-se pelo ar...
Vão caindo...Caindo...Uma a uma, em desalento
E uma a uma, lentamente, vão no chão pousar...

O céu perdeu o azul- vestiu-se de cinzento,
E envolveu na neblina a luz baça do luar...
Na alameda onde vou, de momento a momento,
Há um gemido de folha a cair e a expirar...

O arvoredo transpira as carícias dos ninhos,
E o vento a cirandar na curva das estradas
Eleva o folhareu no espaço em redemoinhos...

Há um córrego a levar as folhas secas em bando...
E á aragem que soluça entre as ramas curvadas,
Parece que o arvoredo em coro está chorando!...




                                                   J.G. DE ARAUJO JORGE



terça-feira, 20 de setembro de 2011

O teu riso


Tira-me o pão, se quiseres, tira-me o ar, mais não me tires o teu riso.
Não me tires a rosa, a lança que desfolhas, a água que de súbito brota da tua alegria,
A repentina onda de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso com os olhos cansados ás vezes por ver que a terra
Não muda, mas ao entrar teu riso sobe ao céu a procurar-me e abre-me todas as portas
Da vida.

Meu amor, nos momentos mais escuros solta o teu riso e se de súbito vires que o meu sangue manchar as pedras da rua, ri, porque o teu riso será para as minhas mãos como
Uma espada fresca.

Á beira do mar, no outono, teu riso deve erguer sua cascata de espuma, e na primavera,
Amor, quero teu riso como a flor que esperava, a flor azul, a rosa da minha pátria sonora.

Ri-te da noite, do dia, da lua, ri-te das ruas tortas da ilha, ri-te deste grosseiro rapaz que te ama, mas quando abro os olhos e os fecho, quando meus passos vão, quando voltam
Meus passos, nega-me o pão, o ar, a luz, a primavera, mas nunca o teu riso, porque
Então morreria.



                                                                Pablo Neruda


Tortura



“Tirar dentro do peito a emoção, a lúcida verdade, o sentimento!
E ser, depois de vir do coração, um punhado de cinza esparso ao vento!
Sonhar um verso de alto pensamento, e puro como um ritmo de oração!

E ser, depois de vir do coração, o pó, o nada, o sonho dum momento...
São assim ocos, rudes, os meus versos: Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!
Quem me dera encontrar verso puro, o verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!”

                                                                         

                                                                     Florbela Espanca



Voz que se cala






Amo as pedra, os astros e o luar que beija as ervas do atalho escuro.
Amo as águas de anil e o doce olhar dos animais, divinamente puro.
Amo a hera, que entende a voz do muro e dos sapos, o brando tilintar de cristais
Que se afagam devagar, e da minha charneca o rosto duro.

Amo todos os sonhos que se calam.
De corações que sentem e não falam, tudo o que é infinito e pequenino!
Asa que nos protege a todos nós!
Soluço imenso, eterno, que é a voz do nosso grande e mísero destino!



                                                                  Florbela Espanca




Inconstância



Procurei o amor, que me mentiu.
Pedi a vida mais do que ela dava;
Eterna sonhadora edificava meu castelo de luz que me caiu!
Tanto clarão nas trevas refulgiu, e tanto beijo a boca me queimava!
E era o sol que de longe deslumbrava igual a tanto sol que me fugiu!


Passei a vida a amar e a esquecer...
Atrás do sol dum dia outro a aquecer as brumas dos atalhos por onde ando...
E este amor que assim me vai fugindo é igual a outro amor que vai surgindo,
Que há de partir também... nem eu sei quando...




                                                                   Florbela Espanca



CANÇÃO DE OUTONO



Perdoa-me, folha seca,
não posso cuidar de ti.
Vim para amar neste mundo,
e até do amor me perdi.

De que serviu tecer flores
pelas areias do chão,
se havia gente dormindo
sobre o próprio coração?

E não pude levantá-la!
Choro pelo que não fiz.
E pela minha fraqueza
é que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem força estão
velando e rogando aqueles
que não se levantarão...

Tu és a folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
Certa de que tudo é vão.
Que tudo é menos que o vento,
menos que as folhas do chão...



                                                                  Cecília Meireles




Aqui




Aqui eu te amo.
Nos escuros pinheiros se desenlaça o vento.
Fosforece a lua sobre as águas errantes.
Andam dias iguais a perseguir-se.

Descinge-se a névoa em dançantes figuras.
Uma gaivota de prata se desprende do ocaso.
As vezes uma vela. Altas, altas, estrelas.

Ou a cruz negra de um barco.
Só.
As vezes amanheço, e minha alma está úmida.
Soa, ressoa o mar distante.
Isto é um porto.
Aqui eu te amo.

Aqui eu te amo e em vão te oculta o horizonte.
Estou a amar-te ainda entre estas frias coisas.
As vezes vão meus beijos nesses barcos solenes,
que correm pelo mar rumo a onde não chegam.

Já me creio esquecido como estas velha âncoras.
São mais tristes os portos ao atracar da tarde.
Cansa-se minha vida inutilmente faminta..
Eu amo o que não tenho. E tu estás tão distante.

Meu tédio mede forças com os lentos crepúsculos.
Mas a noite enche e começa a cantar-me.
A lua faz girar sua arruela de sonho.

Olham-me com teus olhos as estrelas maiores.
E como eu te amo, os pinheiros no vento,
querem cantar o teu nome, com suas folhas de cobre.






Pablo Neruda





sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Homenagem aos compositores



Eu quero falar agora sobre as letras das musicas que eu coloquei,
No meu blog, são letras lindas são poesias.
O compositor para mim é um poeta, são pessoas iluminadas que fazem musicas,
Alegre, musica triste, e musica para o amor.
Eles  são poetas, e como dizia o poeta .

O amor e a canção nostálgica e embriagadora é a musica divina,
Que embala toda a humanidade.
Amo vocês.
Breve postarei mais letras que eu gosto.

Maria santos.


terça-feira, 30 de agosto de 2011

Obrigada meu Deus...



Obrigada meu Deus...

Obrigada por esse maravilhoso amanhecer...

Obrigada meu Deus...
Pelo nascer do sol com seus raios,
Avermelhados, surgindo lá no canto do céu...

Obrigada meu Deus...
Por esse céu azul infinito, com nuvens brancas.
E por eu estar vendo agora, esse maravilhoso amanhecer...

Obrigada meu Deus...
Pelo verde do meu jardim, por essas flores...
Por esse canto lindo dos pássaros, que estou escutando agora.

Obrigada meu Deus...
Por eu estar vendo o nascer do sol, o vento
Balançando os galhos das árvores, e sentindo
O  perfume do jasmim.

 
Obrigada meu Deus...
Por esse planeta terra, pela natureza que o Senhor fez.
Pelo céu, pelo sol, lua e estrelas, mar,rios e florestas...

Obrigada meu Deus...
Que da janela do meu quarto, eu poço ver e
Sentir a grandeza do teu amor, do que o
Senhor fez para nos ver feliz...

Obrigada meu Deus...
Por me trazer de volta a vida, e por eu estar vendo,
Esse maravilhoso amanhecer...

Obrigada meu Deus...
Por um amanhecer de um novo dia,
O sol clareando todo o meu bairro, clareando a minha rua.

Obrigada meu Deus...
Pelos meus olhos, que o Senhor me deu, para que eu contemplasse,
Esse maravilhoso amanhecer.

Obrigada meu Deus...





Maria

18/08/2011