Bem que
podias vir adormecer na rede ouvindo o sabiá
que canta na
mangueira, e tantos bem-te-vis que ciscam
pela beira e
vem no pote meu matar a sua sede.
Na rede
adormecer sentindo o doce cheiro das flores a se abrir,
soltando o
seu perfume, enquanto lá no céu a lua vem, relume,
e o vento a
farfalhar nas folhas do coqueiro.
Bem que
podias, sim, amanhecer no rancho no qual sozinha, estou
a te esperar
querido, ouvindo, do regato, o seu doce
queixume.
Sem ti eu
sofro só, qual passarinho implume sem ninho, sem lugar,
sentindo-se
perdido diante da extensão do céu escuro e ancho.
Edir Pina de
Barros
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