quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Buena - Dicha



E a cigana falava fitando a minha mão...
Tens um bom coração, um coração de sentimentos nobres, que não faz distinção entre ricos e pobres.
E tornou a falar, és muito orgulhosa e concentrada.
Não gosta de mostrar o que sabe a ninguém embora tenha sempre um sorriso de prazer e alegria.
E fitou- me nos olhos...
Olhos maravilhosos...
Olhos misteriosos, fundados de luz, por  baixo das sobrancelhas.

E tornou a falar.
Compreendes?
Ai de mim, eu compreendo sim
Mas não diga o que sou, pois o que sou bem sei, diga-me, o que serei?

E ela continuou a falar...
Vejo alguém um bonito rapaz que lhe quer bem, com ele as de casar , vais ter riquezas e glória e tudo o que ávida encerra de beleza, e dessa aventura infida, terás três filhinhos.
E quando fores velinha, terás netinhos a quem contar histórias...
E continuou a falar.
Sorte bonita a tua!

Mas a cigana mentiu.
Nunca houve alguém que me quisesse bem, não terei riquezas e glória, e quando for velinha não terei netinhos a quem contar histórias.

Era uma vez...
Eu a vejo ainda, como naquela tarde luminosa...
Era uma vez uma linda cigana...
Uma linda cigana mentirosa...

Autor desconhecido

Eu li esse verso quando tinha quinze anos não sei se ele está certo.
Só lembro que ele faz parte das lembranças do meu passado.
Lindas lembranças.

Maria Santos.

2 comentários:

  1. Maria Santos, também gosto muito desses versos, aprendi com minha mãe há muitos anos atrás e também me trás ótimas lembranças. Tenho ele todo, se você quiser te envio por aqui...

    ResponderExcluir